O Programa Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica
(PARFOR) é uma ação do Ministério da Educação (MEC), cujo objetivo é a melhoria
do corpo docente brasileiro. Por meio dos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio
à Formação Docente, em colaboração com as Secretarias de Educação dos Estados e
Municípios e das Instituições Públicas de Educação Superior (IPES), o Governo
Federal está oferecendo formação superior aos professores da rede pública de
ensino com cursos de licenciatura presencial ou a distância.
A Universidade Federal do Piauí participa do PARFOR desde a implantação
do programa em 2010, objetivando melhorar a qualidade da educação básica no
Estado. Atualmente, o programa é distribuído em cinco polos: Teresina,
Parnaíba, Batalha, Picos e Floriano. São oferecidos 13
cursos para primeira e segunda licenciatura.
No polo de Batalha, por exemplo, são oferecidos os cursos de Biologia,
Educação Física, História, Filosofia e Artes Visuais na modalidade presencial.
As turmas são formadas por alunos-professores das cidades de Batalha,
Cabeceiras, Esperantina, Piracuruca, Piripiri e Porto.
Alunos do curso de História do PARFOR, polo Batalha, se deslocando para
realizar atividades extra sala de aula.
A primeira turma do curso de História está mudando a vida do povo
batalhense. Os 21 alunos da disciplina História Contemporânea estiveram na
Rádio Pororoca, veículo de comunicação peculiar do povo batalhense.
Entre os vários depoimentos, muitas manifestações de realização pessoal e orgulho pela proximidade da conclusão do ensino superior pela UFPI. "DEPOIMENTO DE ALUNOS".
Entre os vários depoimentos, muitas manifestações de realização pessoal e orgulho pela proximidade da conclusão do ensino superior pela UFPI. "DEPOIMENTO DE ALUNOS".
Turma de História do PARFOR, polo Batalha, em visita a rádio Pororoca.
Sob a responsabilidade da professora Maryneves Arêa Leão, vinculada ao Departamento de Geografia e História do Campus Ministro Petrônio Portella, os alunos realizaram atividade de extensão com visita à comunidade rural Frexeiras, localizada a 5km da cidade. Lá acompanharam as atividades desenvolvidas pelo Grupo Andorinhas, criado em 2004 e composto por 16 mulheres que conciliam o trabalho rural com o artesanal.
Alunos em visita ao povoado Freixeiras, zona rural de Batalha.
Alunos entrevistam as mulheres do Grupo Andorinhas.
Durante a visita, os alunos realizaram entrevistas com mulheres do Grupo
Andorinhas para elaboração com as impressões sobre as estratégias de trabalho
desenvolvido por estas trabalhadoras. "O objetivo desta atividade é
levar a discussão de sala de aula (Revolução Industrial, Capitalismo, Mundo do
trabalho Formal) para a realidade local, onde o trabalho é realizado fora do
mundo da empregabilidade - que caracteriza o trabalho formal; onde a produção
artesanal desenvolvida pelo Grupo se constitui alternativa de
mulheres-mãe-empreendedoras e trabalhadoras rurais encontraram para vencer o
desemprego, a carência econômica, ausência do lar, a migração; além de agregar
uma renda extra para somar com o orçamento familiar", explica Prof.ª
Maryneves.
Outro ponto observado pela turma é a diversificação dos saberes. "A
gente pensa que só a escola educa, mas o trabalho também é uma atividade
educativa. Observamos que estas trabalhadoras têm propriedade do conhecimento e
reinventaram a relação de poder no campo. Elas participam desde o recolhimento
da palha do milho (matéria-prima, utilizada para confeccionar as peças) até a
venda dos produtos com preços decididos em reunião coletiva", conta a
historiadora. Vale ressaltar, que as artesãs trabalham de forma coletiva e não
associativa, ou seja, apesar das decisões serem todas em grupo, elas não são
formalmente associadas.
As artesãs também dão uma lição de sustentabilidade e consciência
ecológica. Da palha do milho, elas desenvolvem artesanalmente sandálias,
bolsas, baús, peças decorativas; que encantam pela qualidade e criatividade. A
diversidade das cores é conseguida também de forma artesanal; a tinta é
extraída da natureza local. "O que antes era lixo, agora é ouro",
conclui a Prof.ª Maryneves.
Artesãs do Grupo Andorinhas utilizam a palha de milho como matéria prima
para confeccção dos produtos.
A disciplina foi encerrada em clima de poesia, colocando em versos o
conteúdo a matéria ministrada:
"História Contemporânea excelência de poder.
A luta armada tão pregada por líderes abusando do poder.
Buscando territórios. Espaço comercial.
Deixando o amor e o irmão para trás."
"Somos historiadores.
Por isso somos guerreiros.
Estamos aqui em nome do melhor triunfo. [...] a busca infinita do conhecimento.
Viva a História.
Viva o PARFOR."
Por isso somos guerreiros.
Estamos aqui em nome do melhor triunfo. [...] a busca infinita do conhecimento.
Viva a História.
Viva o PARFOR."
(Trechos de "Somos Historiadores" e "História
Contemporânea em Destaque", autor Antônio Alves Moreira, aluno do curso de
História do PARFOR, polo Batalha-PI).
Antônio Alves Moreira, aluno do curso de História, recitou suas poesias
durante encerramento da disciplina.
Com quatro semestres como docente do PARFOR, a Prof.ª Maryneves afirma
que a experiência soma na trajetória docente por testemunhar os diversos
enfrentamentos de professores e alunos protagonistas de uma mudança pelo viés
da Educação no Piauí. "Isso gratifica!", declara a professora.
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