CHICO XAVIER, UM CENTENÁRIO DE AMOR E LUZ.
Dos
Rincões do Piauí, escutamos o seu eco e acompanhamos os seus gestos, sua
mansuetude, sua pureza, sua bondade e sua firmeza, e a História saberá guardar
a sua memória e a sua diferença rumo à regeneração.
Maryneves Saraiva de
Arêa Leão
(Historiadora.
Professora da UFPI e acadêmica da ALLCHE, Academia Longaense de Letras,
Cultura, História e Ecologia, Vice-Presidente da Sociedade Espírita Cantinho de Luz Fabiano de Cristo e Fundadora das Casas do Pão do Piauí: Teresina, Alto-Longá-PI).
O
presente artigo se apresenta, no cenário do centenário de Chico Xavier, como
mais um esforço de registrar o
reconhecimento das ações de um homem da nossa contemporaneidade,
porém, em tudo, além do seu tempo.
É de Chico Xavier, do seu centenário de Amor e
Luz que de 1910 a 2010 que iremos refletir
neste artigo; O homem, a sua época, sua trancendência e o seu testemunho
de Amor a Jesus.
Trabalharemos
com a própria obra mediúnica de Chico Xavier, com estudos e reflexões de muitos
que se desbruçaram para não perder suas
palavras,suas atitudes e orientações, com vista aos registros íntimos e ao
resgate dessa memória para as gerações futuras.
Portanto
não há a intenção de apresentarmos novidades e, sim, reconhecermos que por todo
Brasil, cuja missaõ é a de “ Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, se espalham
as lições dessa parceria de Amor, no que se refere às cartas vivas do
mestre Jesus, Emannuel e Chico Xavier, através da farta obra literária que aqui
destacamos: Interpretando as lições do
Evangelho: Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz, Palavras de Vida Eterna,
Refletindo em torno da Codificação, citamos: Religião dos Espíritos, Seara dos
Médiuns, Livro da Esperança, Justiça Divina, Opinião Espírita. No que se refere
à obra romanceada, destacamos: Paulo e Estevão, Há Dois Mil Anos, Ave Cristo e
Renúncia.
O
período tratado neste artigo é um século que representa a nascente fase
republicana Brasileira trazendo consigo a fase de autonomia da nova Nação
marcada ainda por uma herança de relação escravocrata, profundas
desigualdades sociais, elevado percentual de anafalbetismo e uma experiência
autoritária no exercicio do poder político. Mas a nova Nação guardava consigo a
centelha de uma missão espiritual na expressão do mestre, registrada na obra
“Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, pelo espírito de Humberto de
Campos,ao expor que:
“Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do
meu evangelho de piedade e amor”, e sinalizando para o laboratório multi-racial com vistas ao
aprendizado da verdadeira fraternidade que o nosso Chico tão bem exemplificou.
O menino Chico, cresce, desafia
sua época, ensina com a sua própria vida, que é possivel superar todas as
condições adversas, fragilidade de saúde, como bem caracteriza o historiador
José Murilo de Carvalho, o perfil de um “cidadão simples”, e sair da
perspectiva determinante de não cumprir o programa traçado por limitações
temporáreas avançando rumo à luz das estrelas que bem caracterizou a sua pregação
no cenário da natureza.
Ele, que foi recordista na
produção de obras mediúnicas literárias, recordista no exemplo de Amor ao próximo,
recordista no consolo às mães desesperadas, recordista no reconhecimento
público, a verdade acordando consciências; é por tudo isso e algo mais que
nossa pequenez não pode captar, que amor e luz é o seu sobrenome. Amou, amou
muito, amou tanto que para alguns, foi considerado um tolo pelo desapego
material além de esquisito por não contemporizar nem por um minuto com
interesses que contrariassem o evangelho
do Cristo de Deus.
Deixou plantadas, na memória
individual e coletiva as lições imoredoras do seu coração, e por tudo isso, o
seu centenário merece ser lembrado e vivido porta a dentro de nossa alma, para
que as gerações futuras tomem
conhecimento de que no século XX um homem AMOR E LUZ chegou de mansinho e no
século XXI partiu como um vitorioso, rumo ao infinito.
Concluímos, com as palavras do Espírito
de verdade, que bem se aplicam ao nosso Chico, ao fim da jornada terrena, e de
cá ficamos a imaginar o seu encontro com o Mestre e o convite amoroso “ Vinde á mim, vós que foste um bom servidor”.
Dos Rincões do Piauí, escutamos o seu
eco e acompanhamos os seus gestos, sua
mansuetude, sua pureza, sua bondade e sua firmeza, e a História saberá guardar
a sua memória e a sua diferença rumo à
regeneração. E para muitos será sempre : Chico Amor, Luz, Xavier. Gratidão para sempre.
Bibliografia
1- KARDEC, Allan- O livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. R.J: FEB, 2008
2-
GOMES, Saulo
(org.) Pinga Fogo com Chico Xavier. Catanduva-SP: Intervidas, 2010.
3-
BACCELLI, Carlos
A. 100 Anos de Chico Xavier, Fenômeno Humano e Mediúnico. Uberaba, MG: Livraria
Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2010.
4-
BRASIL, Coração do Mundo Pátria do Evangelho. Rio de
Janeiro: FEB, 2008.
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