segunda-feira, 22 de abril de 2013

Minha Evocação de Amor ao Soberano Pai Criador!


Era madrugada e lá estava eu diante do Mestre para orar, sublimar, magnificar e bendizer o Seu Santo Nome, em agradecimento por tudo de bom que tem realizado em minha vida. Um gesto de fé em sua Santa Palavra: “Eu amo aos que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.” (Prov. 8-17). 

Pois tudo o que sou e o que tenho é Obra Divina do meu amado Criador, que já me deu o livramento da morte tantas vezes e do precipício fatídico em muitas outras. Por mais que busque não encontro adjetivos a altura de agradecê-Lo. Em seguida veio minha manifestação de fé pedindo bênçãos ao Senhor para o amigo que Ele me presenteou como dádiva perene em minha existência. Pedro Henrique de Arêa Leão Costa, que nesta sublime data está aniversariando, numa convivência harmoniosa com o semelhante por 75 anos de vida exemplar dedicados ao próximo, em atos, palavras e atitudes que o engrandeceram até os dias de hoje. Que maravilha! “Sendo os caminhos do homem agradáveis ao Senhor, até a seus inimigos faz que tenham paz com Ele.” (Prov. 16-7).

Parabéns, meu dileto amigo, pela sublime data que hoje ver passar. E num repasse de memória, me transportei para os meados da década de quarenta em que vivíamos naquela terra bendita de Alto Longá, na época, uma pobre cidade carente de tudo no sofrimento de todos. Vivíamos isolados sem estrada e sem abastecimento e a carência de sobrevivência era penosa a toda prova. Todavia, existia irmandade, fraternidade e amor a Deus sobre todas as coisas e os obstáculos paulatinamente iam sendo vencidos. À época éramos crianças ativas que se empenhavam a todo custo pela melhoria de vida de nossa gente. A luta era exaustiva e as dificuldades constantes. Como era difícil ganhar alguns trocados para custear pequenas despesas de todo garoto que anseia: Pirulito, chocolate, bombons, a broa, o pé de moleque e outras iguarias da petizada da época.
 
Muitas recordações me vêm à mente daquele período feliz e de muitos entraves ao mesmo tempo. No começo do ano já fazíamos nossas previsões de conseguir, à duras penas, provisões para as despesas de final do ano, época dos festejos de N. S. dos Humildes, a Padroeira de nossa cidade e nas quermesses da Igreja e assim poder colaborar com os vendedores de novidades que vinham de fora com muita dificuldade. Não era fácil. Apanhávamos o tucum no mato e depois de preparado, vendíamos no depósito que negociava para exportação. Algumas vezes fomos apanhar manga rosa no brejo de D. Marica, minha saudosa Mãe, que fazia vista grossa quando oferecíamos a venda. Éramos crianças ativas que lutavam para não ser dependentes de ninguém. Não era fácil numa conjuntura difícil que à época apresentava. Alberico de Arêa Leão, irmão de Pedro, tinha seu pequeno comércio. Algumas vezes ganhamos uns trocados para limpar o depósito e deixar os pacotes de cigarro bem arrumados. As marcas da época: Odalisca, Selma, Beverly, Iolanda, Lincoln e outras.

Gratas lembranças repassam em minha mente. Depois da luta ingente e cansativa, no final do ano estávamos nós com o terno pronto de linho irlandês branco, da moda, para ser usado no dia 31 dezembro, final dos festejos da Padroeira. E com alguns trocados a mais para gastar na quermesse, principalmente na banca do senhor Leovegildo, que sempre trazia novidades para o povo da terra, nos deixando orgulhosos e felizes. Como era gostoso o pé de moleque da Andresa, o bolo frito da Duquesa, a broa da Maria Vitorino, a tapioca da Chiquinha, o cuscuz do Avelino, o manzape da Maroca, gasosa em cores do Senhor Enche, o doce de goiabada fatiado em lâmina pelo Zacarias Magalhães (Zaca). A fatia era tão fina que dava apenas para sentir o gosto e eu e o Pedro não deixávamos de reclamar. A visita final era feita ao Leovegildo (o Leó), que oferecia lembranças sugestivas, que presenteávamos as garotas de nossa simpatia. Tínhamos, também, nossos momentos de traquinagem. Certa vez saímos pendurados na trazeira do caminhão do Senhor Rafael, que era candidato opositor do Senhor Pedro Mendes, em Beneditinos. O Chevrolet cara de sapo ia lotado de convidados de Alto Longá para o churrasco que o mesmo oferecia naquela manhã em sua granja. Um pleito acirrado a toda prova. À tardinha o caminhão nos trouxe de volta para Alto Longá.

Narro algumas de nossas façanhas para evidenciar melhor porque eu e o Pedro somos tão amigos, desde aquela fase de tenra idade em nossas vidas. Hoje somos cidadãos de 75 anos de dadivosa existência, porque “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente pra o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.” (Romanos 8-28). Há três anos fomos juntos conhecer as belezas naturais de nossa terra: Delta do Parnaíba, Sete Cidades e outras e comer o capote com arroz, no Rei do Capote, em Campo Maior. Estou me preparando, Pedro, para juntos fazermos um repeteco daquele passeio que foi tão agradável. ”E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8-32). Temos, ainda, sob as bênçãos de Deus, uma longa caminhada a percorrer, que visa fazer o bem a todo aquele irmão carente necessitando de ajuda, como determina a Lei do nosso Mestre:  “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
  
Pedro Henrique de Arêa Leão Costa é meu melhor e maior amigo. Casou-se com Walmira Campos Saraiva Costa, minha inesquecível irmã e juntos construíram os alicerces, base e edificação de uma família belíssima abençoada por Deus, cuja árvore genealógica frutificou de forma esplêndida, com filhos belíssimos, netos maravilhosos, bisnetos, nora e genros, que formaram um pedestal grandioso de uma felicidade imensa que, hoje, em sua volta, com parentes, amigos e conterrâneos, entoam louvores ao Soberano Pai pedindo pela volta plena de sua saúde e aquela atividade cotidiana que lhe é peculiar. Receba o nosso abraço fraternal e carinhoso desta família distante que o ama e estima de todo coração. Avante, amigo, e muito dinamismo que o espera na estrada promissora que juntos construímos. Deus está no comando de nossas vidas e nada poderá impedir nossas atividades. A esposa Nevinha, os filhos, netos e toda a família reunida lhe enviam carinhosa manifestação de apreço, júbilo e os votos de perenes felicidades a você e aos entes queridos que estejam em sua volta. E sob as benesses de Deus, a Walmira está entoando cânticos de alegria junto com a sinfonia angelical, com que lhe rendem esta homenagem. Esta é a palavra de fé, carinho e amizade deste irmão distante que muito o ama e estima. ”Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.” (Salmo 37-25).


Boa Vista – Roraima, 15 de Abril de 2013.
Francisco de Assis Campos Saraiva. (Na foto, de camisa amarela.)
(Amigo de Pedro Henrique  de Arêa Leão Costa. Na foto, de camisa branca, e foto preta e branca)

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